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Juventude e HIV


De acordo com a UNAIDS (2006) “podem extrair vários ensinamentos desse quarto século de epidemia de AIDS. Por  um lado, que a infecção não impacta aleatoriamente, mas sim em pessoas e grupos cujas situações são mais vulneráveis.”

É exatamente isso que acontece com os jovens gays e HSH.

Entendemos que a política de Aids deve promover a igualdade, ou, em outras palavras, contribuir para a redução das desigualdades marcadas pelo racismo, sexismo, machismo e particularmente, pela homofobia. Esta que nos massacra diariamente pelo Brasil afora, é o fator mais forte que contribui para a vulnerabilidade à infecção pelo HIV no nosso grupo social.

Essa mesma homofobia apontada pela pesquisa da Fundação Perseu Abramo (2008) que apontou 92% dos entrevistados reconhecendo ser, o Brasil, um país que não tolera os gays e, 93% reconhecendo que o Brasil não tolera as travestis. Foi nessa pesquisa que 26% dos entrevistados disseram que discriminam gays e 29% não toleram as travestis.

A maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV e outras DST de jovens gays e outros HSH tem sido atribuída a fatores estruturais que contribuem para a marginalização deste segmento, e também o estigma, a discriminação e a conseqüente baixa auto-estima. Fatores estruturais envolvem as características físicas, sociais, organizacionais, comunitárias, econômicas, jurídicas ou políticas do entorno que influenciam a infecção por HIV. O acesso dificultado aos serviços públicos de saúde, entre outros, tem reflexo negativo imediato na adoção de práticas sexuais mais seguras, na busca da testagem e na adesão ao tratamento.

A realidade da Aids no Brasil com a população de jovens gays é alarmante. A partir da PCAP-BR 2004, estimou-se que a incidência de AIDS nos homens gays foi de 226,5 casos entre 100mil HSH, enquanto na população em geral, essas mesma taxa é de 19.5 casos por 100mil habitantes indicando que a probabilidade de um gay ou HSH se infectar com o HIV é 11 vezes maior se comparado com a população em geral.

Entre 200 e 2005, a proporção de casos de AIDS em homens gays e outros HSH, em relação às demais categorias de transmissão da doença, era de cerca de 40%. Ainda segundo o Departamento Nacional de DST/Aids a queda do número de casos da doença nesse grupo social foi inferior ao esperado, mantendo-se em um patamar elevado, porém estável, em torno de 4.000 novos casos por ano. Na contra mão desses dados e do perfil epidemiológico apontado, um estudo feito pelo mesmo programa, sobre recursos destinado `prevenção nos PAM de todo país, mostra um investimento médio não superior a 3% no grupo social de gays e outros HSH (Projeto Interagir 2008). Esse investimento mostra que a resposta governamental ao combate à epidemia nesse grupo social tem sido aquém da necessária. Em seminário realizado pelo Departamento Nacional de DST?Aids em 2001 já se apontava para o perfil de “juvenilização”da epidemia. Dados apresentados nesse seminário mostram que, da série de casos de HIV em HSH com 23 anso ou mais, de 1996 a 2000, passou-se de 3.832 para 3.565 casos. Enquanto isso, na faixa de HSH com menos de 24 anos, de 1996 a 2000, os casos passaram de 315 para 365. Na mesma ocasião, foi apontado que gays mais jovens realizam menos teste anti-HIV, sendo que 63% dos que tem até 23 anos já realizaram a testagem contra 80% dos maiores de 24 anos (Dráurio Barreira, pág.25). Ainda segundo a mesma fonte de dados(Paulo Roberto Teixeira, pág. 8) de 1995 a 1998 a taxa de crescimento de HIV em HSH com mais de 24 anos foi de 13,5% enquanto naqueles com idade abaixo de 24 anos, essa taxa foi de 23%.

Esses números não tão recentes mostram que as ações de prevenção e as políticas de saúde que tem o objetivo de enfrentar a epidemia de Aids na população de jovens gays e HSH não surtiram o efeito necessário havendo um tempo relativamente grande entre a evidência dessa nova tend6encia epidemiológica e a situação atual da epidemia. Em relação a parceito fixo, os jovens que fazem sexo homossexual estão se protegendo menos que os jovens heterossexuais (MS 2008). Entre os jovens gays e HSH, 29,3% usaram preservativo na relações com parceiro fixo no ano anterior à pesquisa. Entre os jovens heterossexuais, essa taxa é de 34,6%. Contrariando as demais tendências epidemiológicas, em que os casos de transmissão heterossexual são numericamente maiores que na transmissão homossexual, entre os meninos de 13 a 19 anos, 33,5% dos casos de HIV são transmitidos em relações homossexuais, contra 28% em relações heterossexuais.

Diante dos dados apontados é imprescindível que tenhamos em mente: CAMISINHA SEMPRE!!!

 
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